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  • Por Patrícia Fernandes

Apesar da lei, bancos preferenciais em ônibus não são respeitados

Idosos, gestantes e deficientes muitas vezes precisam ficar em pé durante o percurso. Vereador quer tornar todos os bancos preferenciais

Gestantes e idosos, muitas vezes, vão em pé o trajeto todo. (Crédito: Talita Ferdsan)

Os assentos preferenciais nos ônibus de Curitiba e região metropolitana, muitas vezes, são utilizados por pessoas que não precisam deles. O que muitos não sabem, é que 10% desses bancos são assegurados pela Lei n. 10.048, sancionada em 8 de novembro de 2000.

Basta fazer um breve percurso nos ônibus da cidade que podemos avistar o mal uso dos assentos. O mais comum é gestantes e pessoas com criança de colo permanecerem em pé enquanto todos os assentos estão ocupados, inclusive, os que lhes é garantido por lei.

“Em uma ocasião, a cobradora precisou pedir para que cedessem o lugar, a mulher que estava no banco cedeu, mas disse que, se eu tinha saúde para levantar cedo e ir trabalhar, também tinha saúde para ir em pé. Eu estou com oito meses de gestação, trabalho porque preciso”, desabafa Daniela Aparecida Rangel, de 28 anos.

“É engraçado, causamos sono nas pessoas quando entramos nos ônibus. A falta de educação das pessoas, de compreensão ao próximo já deixou de existir,” completa Daniela.

Vereador propõe projeto que torna todos os bancos preferenciais

O vereador Helio Wirbiski, do Partido Popular Socialista (PPS), apresentou um projeto, que, caso seja aprovado, tornará preferencial todos os assentos dos ônibus de Curitiba. O projeto foi apresentado a URBS no começo deste ano, segundo a assessora jurídica do vereador, porém ainda aguarda o retorno da mesma.

O projeto causou uma certa polêmica entre os usuários, pois nem todos concordam que todos os assentos se tornem preferenciais. A assessora jurídica do vereador, Marilete Bernardino, informou que o vereador sempre se preocupou com o direito de idosos, gestantes e deficientes no uso do transporte coletivo.

"Tenho 65 anos e, muitas vezes, sou obrigado a ir em pé durante as viagens; já passei pela humilhação de ouvir que eu era um velho que estava vindo de bailão, mas só ando de ônibus para ir às consultas médicas. Não adianta ter lei se as pessoas não tiverem respeito pelo próximo", diz o aposentado Amarildo José da Silva.

O projeto divide opiniões entre os usuários do transporte coletivo. (Crédito: Reprodução/Site da URBS)

“Tornar todos os bancos preferenciais será um transtorno, pois há pessoas que esperam passar dois ou três ônibus para irem sentadas após um dia inteiro de trabalho, não acho que seria justo”, comenta Fernanda Freitas, estudante do curso de Farmácia.

A assessora jurídica do proponente da lei afirma que, como não obtiveram o retorno da URBS até o presente momento, o projeto está parado, não tem previsão de quanto tempo leve para ir a votação. Em razão disso, o gabinete do vereador passará a produzir informativos para conscientizar a população de que os assentos preferenciais devem ser respeitados.

“Acredito que o que falta é educação das pessoas, seria ótimo se todos os bancos fossem preferenciais. Mas quem estaria fiscalizando? Realmente o que falta é educação e respeito ao próximo, é constrangedor ouvir que ninguém mandou você engravidar sem ter carro ou por que entrou em um ônibus tão lotado”, desabafa Luana Pimentel, grávida de sete meses.

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