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  • Por Thaise Oliveira*

Uma vez rondonista, sempre rondonista

A experiência de se doar e trocar conhecimentos por meio do Projeto Rondon

Alunos e professores participaram da oficina para construção de páginas web, para uso como blog ou para divulgação da vida associativa (Crédito: Janio Bernardino).

Vai chegando o final do semestre e a maioria dos alunos começam a contar os dias para as férias. Seja para viajar, conhecer lugares novos ou para ficar em casa descansando e atualizando os seriados. Mas o que faz alunos trocarem esse período tão esperado de repouso e lazer, por dias de trabalhos voluntários em um município com baixo Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), longe de casa, com pessoas desconhecida e de vários lugares do Brasil? Falando assim, é bem provável pensar que ninguém faria essa troca. Engano.

Todo ano, o Projeto Rondon reúne diversos alunos de todo o país para, de alguma forma, contribuírem com o desenvolvimento de algum lugar necessitado por meio de palestras, oficinas e outras atividades. O Centro Universitário Uninter participa com frequência desta iniciativa. Neste ano, sete alunos da instituição foram selecionados e, junto com os oito alunos da Universidade Estadual de Minas Gerais, participaram como voluntários de diferentes oficinas no município de Mimoso do Sul, no Espírito Santo.

O dia a dia da Operação Itapemirim

Operação Itapemirim é como foi batizada a proposta de extensão deste ano para as atividades a serem desenvolvidas em Mimoso do Sul. Foram 15 dias de muito trabalho, acordando às 6 horas da manhã e dormindo após as 23 horas. Durante o dia, os alunos-voluntários realizavam palestras, oficinas e atividades com a população, como plantação de hortas, criação de fossas sépticas, entre outras.

Em parceria com os escoteiros do município, rondonistas também plantaram árvores em Mimoso do Sul (Crédito: Alisson Eugênio).

Mas, quando chegava à noite, a reunião era na praça, que por sinal era linda. Tinha sempre uma atração local para animar os moradores e os rondonistas. Música, conversa e risada. Era o momento de descontração.

Os primeiros dias foram mais difíceis. Existe o processo de adaptação, não somente com a nova rotina, mas até mesmo com o clima e a cultura local. Sem contar que 19 pessoas em uma mesma casa não é algo tão comum. No primeiro olhar, a desconfiança, mas os dias foram mostrando quem era quem.

A convivência com pessoas diferentes fez cada um aprender um pouco com o outro. Cada um com seu jeito, suas qualidades e defeitos. A fila para tomar banho, por exemplo, era grande e sempre tinha um que demorava mais, que não secava o banheiro. Situações que testavam cada um diariamente. Porém, a busca pela boa convivência - afinal, todos estavam lá pelo mesmo objetivo - tornava isso insignificante. Dessa forma, amizades foram construídas.

Durante as tardes havia muito trabalho. Todos ficaram instalados no Centro de Referência da Assistência Social (CRAS), aguardando a população para, então, colocar em prática tudo que já havia sido preparado nos meses que antecederam a viagem. Os cidadãos do município compareceram em um bom número todos os dias. E o melhor: gostaram e agradeceram.

Alunos do Centro Universitário Uninter e da Universidade Estadual de Minas Gerais formaram a equipe de rondonistas em Mimoso do Sul (Cédito: Itamar Faria).

Impressões que ficam

Para a aluna de Administração, Kamila Nogueira, participar do projeto foi de grande valia. “Foi realmente uma lição de cidadania, justamente isso que o projeto propõe. No tempo que passamos lá, nós nos sentimos muito úteis para a população, para o município”, diz.

Cansativo? Sim. Mas, quando você vê o resultado de todo trabalho, quando você recebe um abraço de alguém como forma de agradecimento e observa que conseguiu plantar uma semente que poderá ter muitos frutos futuramente, encontra energias para superar qualquer cansaço. A troca de conhecimentos e o reconhecimento se tornam o melhor pagamento.

O aluno de Jornalismo Luiz Henrique Torrens Ferreira, que esteve à frente de oficinas relacionadas à comunicação, como produção de releases, blogs e redação, analisa a importância da participação. “Foi interessante ver as aplicações do que a gente aprendeu em sala, lá no município. O projeto não é assistencialista, nós não vamos lá para distribuir alimentos, mas a ideia é transmitir conhecimento”, conta.

Infelizmente o aluno só pode participar uma vez do projeto. Para repetir a experiência, somente se for como professor. Mas, é como dizem, "uma vez rondonista, sempre".

Confira no vídeo depoimentos de outros participantes do Projeto Rondon:

Oficina de Comunicação organizada pelos rondonistas (Crédito: Janio Bernardino)

* Thaise Oliveira foi uma das alunas selecionadas para a edição de 2016 do Projeto Rondon.

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