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  • Por Amanda Zanini

Mercado Municipal: antes feira, agora ponto turístico

Segundo dados da Secretaria Municipal de Abastecimento, 84,7% dos clientes do Mercado passam cerca de duas horas no local e 45% gasta de R$ 51 a R$ 150

O Mercado Municipal de Curitiba tem uma longa história, iniciada em 1864, durante um período de intenso crescimento da cidade. No início, sua função era ser um ponto de distribuição de verduras, legumes e frutas, mas, com o passar dos anos, as pessoas deixaram de visitá-lo apenas para comprar. Hoje elas têm ido mais para passear e aproveitar o ambiente.

(Crédito: Mercado Municipal de Curitiba)

De acordo com a última pesquisa realizada pela IBRAIN – Inteligência de Mercado e Pesquisa Estratégica, encomendada pelo Sebrae e pela Secretaria Municipal de Abastecimento em fevereiro de 2014, 56% dos frequentadores do Mercado Municipal são mulheres, sendo 51% casadas e 25% tendo entre 20 e 29 anos. Para surpresa dos pesquisadores e não tanto dos comerciantes, o tempo de permanência de 84,7% dos clientes é de até duas horas e 13,1%, de duas a três horas. A pesquisa ainda mostrou que os turistas representam apenas 14% dos visitantes e os gastos de 45,4% dos entrevistados fica entre R$51 e R$150. Os dados indicam que quase um quarto de tudo o que é vendido são verduras, legumes e frutas orgânicas

Júlio Santos, Gerente da Unidade de Mercados de Curitiba, informou que 65 mil pessoas passam pelo Mercado Municipal por semana. Desse total, estima-se que 30% sejam turistas, sendo que esse número pode aumentar em algumas épocas do ano.

Confira no infográfico abaixo um breve histórico do Mercado Municipal de Curitiba:

Informações: "Mercado Municipal de Curitiba", de Eduardo Sganzerla (Crédito: Amanda Moraes)

Mudanças de público e formato

O Mercado Municipal é o principal e mais tradicional endereço para compras de Curitiba, além de estar presente no roteiro da Linha Turismo. De acordo com Secretaria Municipal de Turismo, com o passar dos anos foi registrado o aumento da procura de turistas pelo Mercado. As mudanças de público e formato podem ser notadas pelos frequentadores mais antigos, como é o caso de Iolanda Moraes, de 61 anos: “Quando eu comecei a frequentar o Mercado Municipal ele era muito diferente”.

Iolanda conta que começou a trabalhar lá em 1987. “Meu marido viajava todas as semanas para o norte do Paraná para trazer sacos de feijão e amendoim de 60 kg para vendermos no Mercado. Ele ia na quarta à noite, comprava durante o dia na quinta e voltava já na quinta à noite. Na sexta, eu e meus três filhos ficávamos esperando ele chegar ao ponto de ônibus para levar os sacos de feijão e amendoim para casa e limpar tudo, para no sábado de manhã levar para o Mercado para vender”, relata.

Iolanda conta que naquela época o Mercado era muito menor. "O pessoal comprava lá porque era mais barato e só tinha as frutas e verduras, agora tem tudo nos potinhos”, destaca.

A estudante Roberta da Silva, 22 anos, frequentadora do Mercado há quase 10 anos, diz que ir ao Mercado Municipal é quase uma tradição de família. “Eu tenho lembranças da minha mãe me levando para passear no Mercado, não necessariamente pra comprar, a gente ia mesmo para passear”.

Roberta acredita que o Mercado é um dos maiores marcos da cidade de Curitiba, já que está na cidade há tanto tempo e acabou se tornando mais um ponto turístico. “Eu venho para comprar temperos mais diferenciados, mesmo que seja um valor um pouco mais alto, vale a pena porque os produtos são ótimos e tem uma variedade incrível”, completa.

Para comerciantes: saiba como fazer parte do Mercado Municipal

O Mercado Municipal de Curitiba é um espaço público administrado pela Prefeitura Municipal de Curitiba por meio da Secretaria Municipal do Abastecimento, sendo gerenciado por servidores municipais em parceria com a Associação dos Comerciantes Estabelecidos no Mercado Municipal de Curitiba (ASCESME).

“Cada comerciante é um permissionário, ou seja, ele tem uma permissão de uso do espaço público concedida através de uma portaria municipal. Mensalmente, uma taxa de utilização do espaço é recolhida para os cofres públicos”, explica o gerente da Unidade de Mercados de Curitiba, Júlio Santos.

Júlio acrescenta que o valor pago depende do tamanho da unidade. O custo mensal do metro quadrado para o ano de 2016 é de R$ 20,54 e cada unidade participa do rateio das despesas nas áreas comuns, como limpeza, controle de pragas, manutenções diversas, água luz, etc.

Ao escolherem quem fará parte do Mercado, é sempre levado em consideração o que é melhor para o público. A diversidade é demandada de acordo com a análise do interesse público. A prioridade é sempre o comércio de alimentos, mas é possível se inscrever para variados tipos de ramos. “Após a solicitação para comercializar no Mercado, é reunida uma comissão, a qual opinará pelo deferimento ou não do pedido, levando sempre em consideração o interesse público e o fortalecimento do Mercado Municipal”, informa Júlio.

Nicolas Silva, 47 anos e trabalhador do mercado há quase 5 anos, acredita que o maior benefício de estar no Mercado Municipal é poder fazer parte de um dos espaços comerciais mais tradicionais da cidade.

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