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Por Diego Alesson Alves

Arte ganha força quando artistas trabalham unidos

Coletivos artísticos unem artistas para a realização de uma obra ou na partilha de um mesmo espaço de trabalho

Fuck Andor IAL foto:Gus Benk

Interlux Arte Livre - Fuck Andor (Crédito: Gus Benk)

Conforme diz o dito popular a “união faz a força”, mas podemos dizer também que a “união faz arte”. Essa união faz ecoar a voz de artistas que não se deixam calar pelas dificuldades que eles enfrentam para expor seus trabalhos. Quando vemos as mais variadas formas que um artista usa para expor seus pensamentos e criatividade, já é muito bom, imagine, então, quando diante de um tema vários artistas demonstram seus pontos de vista sobre aquele assunto. Ou ainda quando os artistas se unem para retratar um assunto em questão na sociedade.

Coletivos artísticos acontecem quando diante de um assunto os artistas fazem a realização de um trabalho ou quando essa união é feita através de espaços mantidos pelos próprios artistas, que arrecadam fundos ministrando aulas e vendendo suas obras de arte. Esse trabalho diferencia-se um pouco das conhecidas companhias artísticas que tinham alguém como empresário. De outra forma, os coletivos funcionam como cooperativas, de maneira que todos possam ajudar uns aos outros.

Assim como a maioria das pessoas que pensam em empreender, um dos desafios é o custo para realizar um trabalho artístico ou para manter um espaço. O artista Diego De Lós Campos, que hoje trabalha com o espaço “NaCasa” em Florianópolis explica que o lugar oferece cursos e faz exposições artísticas, sendo que os custos são divididos entre os artistas. Este espaço coletivo já está aberto há cinco anos.

Os temas abordados por coletivos artísticos são vários, dependendo muito da criatividade de cada grupo - vão desde os assuntos mais simples, do dia a dia, até críticas sociais. Os coletivos podem trabalhar com músicas, teatros, fotografias, pinturas, dentre outros. Também um mesmo tema pode ser trabalhado com várias expressões artísticas ao mesmo tempo.

“As críticas sociais contribuem diretamente para a nossa conscientização, para temas comuns e que não temos coragem de questionar ou demonstrar nossas ideias. Então, vemos pelo olhar do artista a liberdade de mostrar as necessidades de nossa sociedade”, declarou o artista.

Um exemplo de coletivo artístico aqui em Curitiba é o Interluxartelivre, que existe desde 2002 com o propósito de misturar artes visuais e música. O grupo foi o responsável pela exposição “Fuck Andor” feito pelas ruas de Curitiba em setembro de 2010, trabalho fotográfico de Gus Benke. A carcaça de um fusca foi ganha pelo grupo de artistas, que saíram pelas ruas de nossa cidade carregando o fusca, de modo a fazer pensar sobre o dia sem carro.

A casa Selvática

Na capital paranaense, há alguns lugares onde são desenvolvidos os trabalhos artísticos feitos em conjunto, entre eles está “A casa Selvática”, localizada na Rua Nunes Machado, nº 950, próximo à Praça Ouvidor Pardinho, no Bairro Rebouças. A casa é um espaço cultural de Curitiba e apresenta uma programação diversificada: ensaios e apresentações teatrais e de dança, exposições, festas com apresentações performáticas, oficinas, debates e produção teórica a respeito de arte e arte gastronômica.

O local ainda serve de ateliê e abriga grupos de pesquisa ou de artistas que se unem para realizar trabalhos em comum. O espaço não é a sede de apenas um coletivo de artistas, mas sim lugar de muitos grupos e artistas, onde diferentes poéticas se entrecruzam. Hoje reúne cerca de 15 artistas e produtores culturais, de diferentes linguagens, que através de uma gestão colaborativa ocupam, curam e propõem eventos para a casa.

Interlux Arte Livre - Fuck Andor (Créditos: Gus Benk)

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