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  • Por Priscila Michele

Lixo: com dois aterros ativos, Curitiba busca se enquadrar na lei

Paraná está em sétimo lugar no ranking de estados com mais lixões, segundo pesquisa da Abrelpe

Paraná recebe 2470 toneladas por dia, segundo pesquisa da Abrelpe. (Crédito: Priscila Michele)

O lixo ainda é uma questão preocupante na região, segundo informações da Prefeitura Municipal de Curitiba. Uma pesquisa realizada pela Associação Brasileira das Empresas de Limpeza Pública (Abrelpe), de 2015, mostra que o Brasil tem hoje quase 3 mil lixões ou aterros irregulares que impactam a qualidade de vida de 77 milhões de brasileiros. O Paraná está em sétimo lugar no ranking de estados com mais lixões: são 165 lixões e aterros, que recebem 2470 toneladas por dia.

De acordo com a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), a lei n° 12.305, de 2 de agosto de 2010, visava a substituição de lixões por aterros sanitários até 2 de agosto de 2014. Curitiba possui atualmente dois aterros sanitários ativos: Estre Ambiental, localizado na Fazenda Rio Grande, e a Essencis Soluções Ambientais, na Cidade Industrial. Ambos recebem a coleta de resíduos sólidos do antigo aterro sanitário da Caximba, fechado porque encerrou seu período de vida útil em outubro de 2010.

A questão do resíduo sólido começa com cada um de nós, desde o momento em que se adquire um produto. É por isso que é preciso disseminar a política dos 5R’s: reduzir, repensar, reaproveitar, reciclar e recusar o consumo de produtos que gerem impactos socioambientais significativos. A política dos 5R’s é um processo educativo que tem por objetivo uma mudança de hábitos no cotidiano dos cidadãos. Segundo o Ministério do Meio Ambiente, a questão-chave é levar o cidadão a repensar seus valores e práticas, reduzindo o consumo exagerado e o desperdício.

A gerente de educação ambiental Leila Zem, responsável pelo Programa Ecocidadão, que reúne 21 cooperativas e associações credenciadas que possuam infraestrutura física, administrativa e gerencial para a recepção, classificação e venda do material coletado pelos catadores, enfatiza a preocupação com o ciclo do lixo. Ela quer resgatar o programa "Família Folhas", personagens criado em 1989 com o conceito "lixo que não é lixo": SE-PA-RE para conscientizar a população sobre a separação do lixo. Ouça trecho da entrevista.

A coleta seletiva de Curitiba recebe atualmente 1.800 toneladas de material reciclável, que são designados às cooperativas credenciadas do Programa Ecocidadão. A coleta do material reciclável é realizada regularmente pelo caminhão da campanha "Lixo que não é lixo", que recolhe papéis, plásticos, vidros, metais, sucatas de fogão, de televisão, de máquina de lavar, entre outros. É possível verificar a frequência e o turno da coleta no site da Secretaria Municipal de Meio Ambiente (SMMA) ou da Prefeitura.

Tipos de lixo e suas respectivas coletas

Curitiba possui diversos tipos de coleta de lixo em sua região, tais como a coleta domiciliar, reciclável, tóxico e de resíduos vegetais, inservíveis de madeiras e entulhos. O lixo domiciliar é constituído por restos de alimentos (cascas de frutas, verduras, sobras, etc.), papéis utilizados (papel higiênico, papel toalha, guardanapos) e fraldas descartáveis, gerados em residências e estabelecimentos comerciais. A designação final deste lixo são os aterros sanitários.

Os materiais recicláveis devem ser separados do lixo orgânico. O destino final são as cooperativas de reciclagem e alguns retornam para as indústrias, realizando o processo de logística reversa do produto. A Lei n° 6.938, de 31 de agosto de 1981, criada pelo Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA), estabelece o código de cores para os diferentes tipos de resíduos, a ser adotado na identificação de coletores e transportadores, bem como nas campanhas informativas para a coleta seletiva.

As cores são padrões e devem ser seguidas conforme o artigo 2 da Lei, que estabelece que os programas de coleta seletiva, criados e mantidos no âmbito de órgãos da administração pública federal, estadual e municipal, direta e indireta, e entidades paraestatais, devem seguir o mesmo padrão de cores. As cores são identificadas conforme o tipo de resíduo. Confira abaixo:

Representação das cores das lixeiras e seus respectivos resíduos. (Crédito: Priscila Michele)

Já os lixos tóxicos, como pilhas, baterias, toner de impressão, embalagens de inseticidas, tintas, remédios vencidos, lâmpadas fluorescentes, óleos de origem animal e vegetal (embalados em garrafas PET), devem ser deixados nos terminais de ônibus de Curitiba, de acordo com a SMMA. A permanência deste caminhão de coleta no local é das 7h30 às 15h. Contudo, vale ressaltar que é obrigatório que estabelecimentos que vendam esse tipo de produto o recolha novamente para realizar a logística reversa.

Os lixos vegetais, inservíveis de madeiras e entulhos deverão estar dispostos na largura do terreno do imóvel, assim como os resíduos da construção civil. Os mobiliários que não têm condições de uso deverão pedir solicitação de retirada pela Central 156, que direcionará ao Disque Solidariedade.

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