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  • Por Diego Alesson Alves e Gustavo Bueno

Grandes festas ocorrem na arena sem futebol

Mesmo sem gols, outras emoções rolam dentro das quatro linhas

Arena da Baixada. (Crédito: Diego Alesson Alves)

Estádio Joaquim Américo Guimarães (ou simplesmente Arena da Baixada), o local que é a casa do Clube Atlético Paranaense, leva o nome do fundador do Internacional Foot-ball Club, que foi um dos primeiros clubes de futebol de Curitiba. O estádio pertencia ao Internacional, que fez fusão com o América Futebol Clube e deu origem ao Atlético Paranaense.

O “Caldeirão”, como alguns gostam de chamar, já foi um lugar modesto no inicio do século. O terreno era uma chácara e, no começo, foi alugado. Somente em 29 de novembro passou a ser definitivamente do clube. Em 1915, com suas arquibancadas de madeira, já era visto como um grande empreendimento para época. As arquibancadas de concreto foram construídas em 1937.

O estádio, com o passar dos anos, foi ficando ultrapassado e já atendia à demanda da torcida atleticana. Nos anos 1980, o time passa a realizar os jogos no Pinheirão e começa, então, a pensar na construção de um novo estádio. Em 1997, o estádio é totalmente demolido para começar a construção da nova arena. Na primeira parte de inauguração, a Arena da Baixada foi inaugurada com somente parte das arquibancadas da Rua Getúlio Vargas, faltando a desapropriação de terrenos vizinhos para que a obra fosse concluída.

Com a confirmação da cidade de Curitiba como sede da Copa do Mundo de 2014, o Atlético fez parceria com a prefeitura e, através do financiamento da Fomento Paraná, conseguiu os recursos para fazer a parte da arquibancada da Rua Basílio Itiberê, deixando a arena como está hoje.

O estádio, além de abrigar os jogos do de futebol do Atlético, também se tornou lugar para shows e grandes eventos na capital paranaense. O Joaquim Américo era o único estádio a ter teto retrátil na América Latina e, com isso, se tornou o maior espaço fechado para eventos em Curitiba.

Outra característica é o gramado, substituído por grama sintética, o que permite a colocação de piso e cadeiras para aumentar a capacidade do espaço, que é de 40 mil lugares nas arquibancadas. A realização de shows se tornou um novo negócio para o clube lucrar, além das partidas de futebol. Porém, o assunto divide opiniões.

De um lado, temos Daniel Barbosa, que tem sua banca de jornal bem na frente da arena, é atleticano e se vê maravilhado como o estádio está hoje. Ele acredita que o Atlético faz certo em abrigar shows e se tornar referência para outras equipes. Também elogia a administração do clube pela visão de negócio. “A cidade de Curitiba precisava de um lugar assim”, completa o comerciante.

Mas, existem aqueles que não gostaram nada da ideia, como Carlos Pacheco, que não concorda que os eventos sejam realizados na arena, pois, cada vez que tem um show, o Atlético fica sem lugar para jogar. “O estádio é a casa do Atlético e foi construído para o time jogar aqui, e não para fazer show”, declarou o aposentado, que, em razão disso, prefere não ir tanto aos jogos, assistindo às partidas pela TV.

A arena já abrigou shows dos cantores Rod Stewart, com cerca de 35 mil pessoas, em setembro de 2015, e Andrea BocelIi, com cerca de 20 mil, em 19 de outubro de 2016. Até jogo de vôlei pode ser visto no estádio, com uma quadra construída no meio do gramado - em setembro de 2016, por exemplo, a seleção brasileira masculina fez uma partida contra a seleção de Portugal, levando 32 mil pessoas para assistirem ao jogo. No entanto, o maior público mesmo foi da luta do UFC, que lotou a arena. Até então o recorde de público era do jogo entre Espanha x Austrália pela Copa do Mundo. que teve 39 mil pessoas, mas a luta chegou a mais de 45 mil pessoas na luta.

Todo mundo ganha

Não é só o Atlético que ganha com a conclusão da obra da Arena da Baixada. O comércio próximo ao estádio também comemora o aumento das vendas. Os proprietários de lanchonetes e estacionamentos próximos ao local têm movimento garantido nos dias de jogos e eventos. Eles dizem que sofreram bastante durante o período das obras, mas que agora finalmente estão colhendo os frutos. Daniel tem sua banca de jornal na esquina com a Arena da Baixada e conta que o difícil mesmo é atender todo mundo nos dias de jogos e eventos. “Durante o dia também cresceu o movimento e também vem muitas pessoas tirar fotos do estádio”, conta.

André, que trabalha em um estacionamento, diz que se os vizinhos quisessem vender os terrenos vizinhos eles já tinham aumentado o espaço do estacionamento. Ele avalia que a obra valorizou muito os imóveis. O estacionamento da própria arena tem espaço para aproximadamente 400 veículos e não consegue oferecer vagas para todos os carros. A arena da baixada agora conta com espaços para alugar, onde podem ser feito lanchonetes, restaurantes e pequenos eventos.

Nova fachada da arena. (Crédito: Diego Alesson Alves)

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