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  • Por Icaro Couto

Curitiba pode proibir soltura fogos de artifício com som

Projeto proposto por vereadora curitibana levanta questões importantes e gera polêmicas

Vereadora Fabiane Rosa discursando em prol dos animais na Câmara. (Crédito: Rodrigo Fonseca)

A vereadora Fabiane Delisie Cabral da Rosa (PSDC) é conhecida como uma das vereadoras que se elegeu em prol da causa animal. Tendo sido eleita nas eleições de 2016, ela, diariamente, posta pedidos de ajuda para os animais de rua em suas redes sociais e auxilia diversos grupos voltados a eles em Curitiba. Um dos projetos mais polêmicos propostos por ela (PL 2/2017) foi o que visa proibir a soltura de fogos de artifício com som e artigos explosivos similares.

De acordo com a parlamentar, a moção foi protocolada no seu segundo dia de seu mandato, em 02 de janeiro, e previa a proibição a todo e qualquer artefato dessa natureza. Rosa diz que foi feita uma reunião pública em fevereiro, com a presença de médicos, advogados, socorristas, enfermeiros, veterinários e diversos ativistas da causa animal. Estiveram também presentes, democraticamente, representantes da indústria de fogos e proprietários de lojas do ramo.

"Promovemos, portanto, um amplo debate sobre o assunto e, depois dessa audiência, flexibilizamos o projeto proibindo, ao invés de todos os fogos, apenas aqueles com estampido, ou melhor, com tiro, aquela explosão e aquele barulho que, ao meu ver, são completamente desnecessários. Essa é a medida que foi proposta para agradar a todos.” A vereadora ainda afirma que "Curitiba não pode mais ser vítima desse atraso, desses fogos barulhentos que provocam acidentes horríveis, com mutilações e mortes, além de transtornos a idosos, autistas e animais", desabafa. Fabiane relembra que o projeto de lei não proíbe a venda e a comercialização de nenhum produto, apenas a sua soltura.

Dentre as defesas da parlamentar, então também a valorização do trabalho dos protetores e ativistas dos direitos dos animais e outras bandeiras da causa animal - todos os seus projetos foram pensados e protocolados para atender e defender essa pauta. Dessa forma, além do seu principal projeto de lei que visa a proibição da soltura de fogos de artifício com estampido, Rosa também protocolou outro, que altera a lei de maus tratos a animais, deixando a punição para o crime mais rigorosa.

Além disso, foi protocolada uma tentativa de lei que altera a regulamentação no comércio de animais no sentido de deixar a legislação atual mais severa, principalmente em relação a canis e criadouros clandestinos. Aumentariam os valores de multa a estabelecimentos que fossem flagrados vendendo chumbinho - veneno popularmente utilizado para matar ratos, mas que, infelizmente, é comumente usado para envenenar cães e gatos e que pode vir a ser perigoso para os seres humanos, também.

Segundo a parlamentar, "a proteção animal nada mais é que o respeito a todas as formas de vida". Ela descreve o trabalho em prol dos bichos como defesa do direito daqueles que não podem isso fazer por si mesmos. “Os animais sentem dor, agonia, medo, tristeza, ansiedade, assim como alegria, euforia, felicidade. Como não protegê-los? Como não defendê-los? Eles não têm voz. Nós temos que lutar por eles. O trabalho dos protetores é importante por causa disso, porque os defende, luta pelos direitos que eles têm e são frequentemente ignorados”, argumenta. A vereadora acredita que com a evolução do mundo as pessoas estão cada vez mais sensíveis, pois se mostram mais abertas a entender o sofrimento dos bichos.

O projeto de lei irá para votação ainda em 2019, porém segue sem uma data definida para que ela aconteça. Segundo Fabiane, foram quase dois anos e meio de articulação política e negociações para que agora essa lei possa estar sendo votada pelos seus pares. A vereadora ainda ressalta que outras cidades paranaenses como Londrina e Paranaguá, já aprovaram projetos de lei semelhantes ao que está tentando ser feito em Curitiba. Ela defende o projeto pelo argumento dos direitos individuais e bem-estar animal.

Projeto mantido por estudante faz casinhas para animais de rua

A causa animal vem engajando mais pessoas e ganhando mais visibilidade. Desde pessoas comuns, até celebridades tem investido tempo e dinheiro em prol dos animais abandonados. Sendo um movimento de grande apelo social, muitos criam iniciativas independentes nessa área. O “Eles merecem amor”, é um desses projetos independentes, criado e mantido por uma jovem curitibana.

O projeto foi fundado em 2017 com o objetivo de ajudar os animais de rua com casinhas e comida. Sua idealizadora é a estudante Kauane Silveira, de 20 anos. Kauane diz que entregou sua primeira casinha pronta em agosto de 2017. As pequenas moradias são feitas inteiramente com material reciclável (caixas de leite) e de maneira totalmente artesanal pela estudante, com auxílio dos pais.

Kauane Silveira e um pouco do seu trabalho (Imagens cedidas pela protetora)

O projeto recebe arrecadações de caixinhas de leite doadas por pessoas interessadas em ajudar na causa, entretanto, a jovem explica que não somente as caixas de leite são necessárias para a confecção das casinhas. Ração, potes de alimentação de animais, cobertores para o frio, entre outras coisas, também são necessárias para garantir o bem estar dos animais.

A estudante diz que sempre gostou de bichos e tem como inspiração a famosa protetora Luísa Mell. Muito mais que dar casinhas, comida e conforto aos bichinhos de rua, Kauane fala que deseja compartilhar amor e carinho. A maior parte da comunicação com o público e da divulgação sobre os resultados das ações do projeto são feitas através das páginas mantidas por ela no Instagram e no Facebook. Nessas redes, são postados vídeos sobre as ações realizadas além dos pedidos de ajuda e doações para os animais necessitados. A estudante salienta ainda que, seu projeto não recebe nenhum auxílio do governo, dependendo exclusivamente dela mesma, sua família e de doadores esporádicos que se sensibilizam e admiram o seu trabalho.

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