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  • Por Kevin Capobianco e Letícia de Oliveira

Postes acesos durante o dia geram desperdício de energia

Em algumas ruas de Curitiba são encontrados inúmeros postes de iluminação pública que ficam acesos durante 24h.

Postes que são vistos acesos durante o dia devem ser informados ao 156 para que seja feita manutenção (Crédito: Kevin Capobianco)

Em Curitiba, é possível encontrar vários sinais de desperdício de energia elétrica na rede de iluminação pública. Postes que ficam ligados 24h por dia, às vezes, não são notados, mas estão consumindo dinheiro público.

São as prefeituras as responsáveis pela manutenção da iluminação pública de cada município. Até a década de 1990, alguns municípios transferiram a responsabilidade da prestação de serviço de iluminação pública para a Companhia Paranaense de Energia Elétrica (Copel), por meio de licitações. O motivo principal era de que muitos municípios do estado não possuíam recursos técnicos, humanos e financeiros, portanto, repassavam essa função.

Em 2010, a Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) emitiu uma resolução normativa 414, art.21 na qual obriga que as responsabilidades sobre a manutenção pública sejam dos municípios, sem exceção. Prefeituras que não possuem recursos necessários para administrar todos os pontos de iluminação podem terceirizar o serviço.

Em Curitiba, o gerenciamento da iluminação pública é feita pela Secretária de Obras Públicas do município. A Prefeitura Municipal de Curitiba gasta por ano algo em torno de R$ 7 milhões para garantir que toda a cidade tenha a rede de iluminação pública com manutenção em dia. O diretor de iluminação da Secretaria Municipal de Obras Públicas, Fábio Ribeiro de Camargo, explicou que a manutenção é feita por empresas terceirizadas, que são escolhidas e contratadas por meio de licitações. Ouça o áudio.

A transparência da Prefeitura de Curitiba

A EntreVerbos fez um teste e solicitou uma informação sobre os gastos com a iluminação pública, por meio do Portal de Acesso à Informação da prefeitura de Curitiba. Nosso protocolo 74-000652 foi registrado em 17 de junho. Tivemos resposta dentro do prazo de 20 dias, em 04 de julho.

No pedido, solicitamos ao Departamento de Iluminação Pública informações quanto aos valores gastos com as empresas terceirizadas para a manutenção dos postes e lâmpadas. No documento consta valores de 2013 a 2016, com observações de que em 2014 a prefeitura utilizou equipe da mesma para fazer as manutenções no mês de maio de 2014.

De janeiro a maio de 2016, os gastos já passam de R$ 3 milhões. O diretor de iluminação da Secretaria Municipal de Obras Públicas, Fábio Ribeiro de Camargo, informou que na licitação anual de 2016 está previsto um gasto que pode chegar a R$ 7 milhões. O documento pode ser conferido logo abaixo.

Os dados foram solicitados por meio do Portal da Transparência da Prefeitura de Curitiba.

Entenda o sistema de iluminação pública

O sistema para acionar os postes de iluminação pública funciona de três formas diferentes, dependendo do local ou tipo de iluminação:

  • Sistema de células fotoelétricas: aciona as luminárias de forma individual ou em conjunto, de acordo com a quantidade de luz solar que chega ao sensor.

  • Sistema de automação: funciona de acordo com o uso do local, o acionamento é programado. Por exemplo, no parque São Lourenço, os postes são ligados de acordo com o movimento e uso do parque.

  • Sistema de temporizadores: funciona com um um liga-desliga programado. É utilizado, por exemplo, em canchas esportivas.

A Prefeitura, por meio da Secretaria Municipal de Comunicação Social, também ressaltou que não há como saber se todos postes estão funcionando corretamente e que isso depende da ajuda dos cidadãos. Qualquer problema deve ser registrado pelo número 156, que encaminha o problema ou reclamação ao setor responsável para realizar a manutenção devida.

Copel vai retirar as torres da Avenida Comendador Franco

Torres da rede de alta tensão que atravessam a conhecida Avenida das Torres (Crédito: Kevin Capobianco)

A Copel anunciou em março deste ano que a rede de alta tensão que passa pela Avenida Comendador Franco ( conhecida como Avenida das Torres), que liga Curitiba e São José dos Pinhais, vai ser enterrada. A retirada dos 20 superpostes e 25 torres deve demorar em torno de 18 meses. Ao todo, a obra pode chegar a custar R$ 160 milhões e depende de uma licença ambiental para começar funcionar.

A obra estava planejada para antes da Copa do Mundo de 2014 e fazia parte da reestruturação e revitalização da Av. Comendador Franco. Porém, foi adiada e agora está dependendo apenas da saída da licença ambiental.

Parte das obras de revitalização da via serão danificadas e refeitas pelo motivo do aterramento dos cabos de alta tensão. Quando a avenida foi revitalizada, o custo da obra foi de aproximadamente R$ 155 milhões, que foram pagos pelo município de Curitiba. Está prevista também, além da retirada das torres, a criação do corredor exclusivo para o transporte coletivo, ciclovia e ampliação das pistas, visando melhorar o trânsito na região.

A EntreVerbos entrou em contato com a assessoria de imprensa da Copel para trazer informações sobre esta obra, como esta será executada e saber se já foi concedida a licença ambiental. Entretanto, não tivemos resposta por parte da assessoria até o fechamento da reportagem.

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