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  • Por Rafael Augusto Soares

Ser bilíngue significa expandir os horizontes

Em um mundo globalizado e conectado, conhecer outro idioma abre portar e um universo de oportunidades

O Colégio Estadual do Paraná ministra 7 línguas

Cada vez mais aprender uma nova língua tem se tornado uma obrigatoriedade para quem quer acessar boas posições no mercado de trabalho e no mundo acadêmico. Se há poucos anos cursar uma escola bilíngue ou frequentar um cursinho de idiomas era oportunidade para poucos, hoje não é difícil encontrar vagas gratuitas em vários projetos, como do Centro de Línguas Estrangeiras Modernas (Celem), que disponibiliza cursos de vários idiomas gratuitamente no Paraná

Criado em 1986 por professores do Colégio Estadual do Paraná, o Celem originalmente foi pensado em um centro de excelência em línguas para o aprendizado dos alunos da rede estadual, mas frente a demanda da sociedade, ampliou sua atuação e hoje destina 20% das suas vagas para a comunidade em geral. São cerca de 1,4 mil estudantes em todo o Paraná aprendendo idiomas como inglês, espanhol, alemão, francês, italiano, polonês, ucraniano, japonês e mandarim.

As aulas acompanham o calendário desenvolvido pela Secretaria de Educação, abrindo novas vagas ao término de cada ano. O Centro entra em seu 32° ano inaugurando dois novos cursos: Libras e Português para estrangeiros, já que a imigração faz parte da história regional. Administradora do projeto e integrante do Departamento de Educação Básica (DEB), Ronise Feuser a importância do Celem e dos cursos estão patentes na demanda crescente pelo domínio de línguas estrangeiras. “Utiliza-se a língua para entender o que está acontecendo no mundo, para se comunicar com outras pessoas, pois a facilidade de comunicação é muito grande por meio da internet. Há possibilidade de estudo, trabalho em outros países, enfim, vemos cada vez mais a necessidade em se comunicar com o mundo.“

Cerca de 70% dos alunos optam pela Língua Espanhola

Quer seja pela proximidade com o português, quer seja pela afinidade de quem se matricula, mas a maior demanda dos cursos é pela língua espanhola. Cerca de 70% dos alunos optam pelo idioma. Em Curitiba, 55 escolas municipais disponibilizam o curso. Na outra ponta, um dos poucos idiomas escolhidos é o inglês. “Durante um bom tempo não tínhamos a oferta do inglês, por já está presente na matriz curricular dos alunos durante o ensino fundamental, e no ensino médio. Porém, ele pode sim, se aprofundar no idioma”, conclui a coordenadora do projeto.

O material didático é desenvolvido pelo próprio professor, de acordo com a necessidade pré-estabelecida. Ao longo do ano, o aluno tem 160 horas de estudo. Para Gilson Woginski, professor de espanhol no Celem, a maior dica para apaixonar-se por um novo idioma é vivenciar o novo. “Pela minha experiência, acredito que a leitura te coloca em contato com questões políticas, econômicas e culturais. A princípio é uma das melhores ferramentas para aquisição de uma língua estrangeira, e claro, com a prática constante. Existem as redes socais que nos possibilita conversar com gente de todo o mundo, o cinema auxilia, a música é indispensável, trás cultura, sonoridade“, argumenta.

Professor apoia aplicativos e reitera importância do espanhol

Natural da pequena cidade de Porto União (SC) e especialista em língua e literatura Hispano-americana, Gilson Woginski ressalta que a educação pública sofre historicamente com a falta de investimento, e completa. “Essa reforma do Ensino Médio afirmando que o aluno terá domínio sobre seu currículo é mentira, o que ocorrerá de fato é a retificação da língua inglesa e a desvalorização das demais. O aluno vai se lançar com um aspecto cultural que é muito distante de nossa realidade”. O Espanhol é a língua materna de 21 nações espalhadas pelo mundo, das quais nove apenas aqui na América do Sul. Com isso, desenvolve uma grande variação de palavras, expressões dentro do mesmo idioma.

Uma nova tendência está surgindo, são os aplicativos para smartphone, que oferecem novas maneiras e possibilidades no aprendizado de línguas. Para o presidente da Associação de Professores do Estado do Paraná (APEEPR) é uma boa alternativa: “Alguns aplicativos são bem interessantes, pois no momento da aula o contato que o aluno tem com a cultura do país é por intermédio apenas do professor. Se o estudante consegue esse contato em outras plataformas, aumenta sua diversidade. Destaco também a gamificação do ensino. Ter desafios, bonificações, atribuir sentido no que se está estudando aguça a curiosidade do aluno por mais”, finaliza.

Aplicativos, a nova tendência do mercado

Os smartphones também permitem o deslocamento do aprendizado. Estudar uma nova língua dentro do ônibus, aproveitando um dia de sol ou até mesmo na fila do supermercado. Em qualquer lugar, com atividades curtas e flexíveis, o software ganha novos seguidores diariamente.

Estima-se que o Duolingo, avaliado em US$ 700 milhões, possui cerca de 200 milhões de usuários espalhados pelo mundo. Já o Busuu, que permite uma interação entre os consumidores, são mais de 80 milhões de adeptos em 190 países, divididos em doze cursos. E há também o Babbel, com uma metodologia simples que dispõe das mais tradicionais, como inglês e espanhol às menos conhecidas línguas escandinavas.

Estudo de idiomas no mercado de trabalho

A disputa por uma vaga no mercado de trabalho é cada vez mais acirrada. Desta maneira, ter fluência num segundo idioma, ou até mesmo ser trilíngue, não é mais visto como uma opção, e sim como algo corriqueiro. Dentre os idiomas, o inglês continua sendo o mais exigido, mas outras línguas estão ganhando mais adeptos.

Segundo a analista de projetos de idiomas do Sesc do Paraná, Thaiza Koehler, buscar a proficiência tem que ser obrigatório para todos. “Além do desenvolvimento pessoal, o acesso ao conhecimento será maior. O domínio de outra língua é um diferencial na projeção da carreira profissional pela possibilidade de ampliação de contatos, e pela habilidade de leitura, escrita, e compreensão de expressões ligadas à tecnologia”. A relevância de um novo idioma é aplicado em situações cotidianas, como no desenvolvimento acadêmico, ao fazer turismo no exterior, e por estarmos inseridos numa globalização. “É um grande diferencial, pois o aprendizado de outras línguas nos conecta com o mundo, abre possibilidades de comunicação, entendimento, conhecimento e carreira.”, finaliza Koehler.

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