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  • Por Amanda Zanluca

Pibid: programa educacional valoriza a formação de docentes

Projeto desenvolvido em institutos federais proporciona a estudantes e funcionários uma nova percepção sobre o ambiente escolar

Da direita para a esquerda: Camila Arantes da Silva (pedagogia), Liana Simioni (biologia), Alexia Furno Diniz (biologia), Tamara Martins (biologia), Geovanna Mariosi (biologia) e Douglas Felipe Mendes (biologia). Créditos: Amanda Zanluca

Aprendendo na prática como a teoria se consolida na docência junto com os alunos de escolas públicas do ensino básico. Este é o espirito do Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência, projeto desenvolvido pelo Ministério da Educação (MEC). Criado em 2007, o projeto leva os alunos de licenciatura para dentro das salas de aula das públicas. O objetivo é melhorar e valorizar a formação de professores que atuarão na educação básica. Os bolsistas são inseridos no universo das escolas públicas desde o início da sua formação acadêmica, para desenvolverem atividades didático-pedagógicas.

No Paraná, uma das instituições que recebeu os alunos de graduação foi o Instituto Federal do Paraná (IFPR). Os bolsistas do curso de biologia e pedagogia da UFPR, que desenvolveram as atividades no instituto, tiveram dupla orientação. Por parte da universidade, ficaram sob a tutela da professora e doutora em educação ambiental Yanina Micaela Samarco, e no IFPR, foram acompanhados pelo professor Valter Roberto Schaffrath. No instituto, os bolsistas passaram por oficinas e atividades para práticas educativas voltadas para a educação ambiental e ambientação escolar.

Os conhecimentos foram aplicados em ações na própria escola, escolhida após um processo de seleção por parte dos próprios bolsistas. Essa avaliação tem como objetivo identificar quais são os maiores problemas no ambiente escolar. “A primeira etapa do nosso projeto nas escolas é a do diagnóstico. A gente disponibiliza questionários para alunos, funcionários e professores e faz uma etapa de observação. Com isso temos uma lista de características para se observar”, explica a estudante de biologia Liana Simione e bolsistas do Pibid.

“O questionário feito no IFPR assustou um pouco a gente. Porque tinha várias reclamações em relação a stress, ansiedade e questões psicológicas. E ao fazer um diagnóstico da estrutura física, percebemos que o principal ponto para os estudantes, era a saúde mental dentro do IFPR. Para nós isso foi assustador porque eles são adolescentes, e eles não deveriam estar passando por isso nessa fase. Então, o Pibid tem mais essa visão e a gente tenta trazer sim coisas mais subjetivas, que tentem justamente trabalhar um pouco essa questão emocional dos estudantes", completa Simione.

Os bolsistas do Pibid ao realizar as atividades com os estudante do IFPR, possibilitam que os mesmos possam decidir sobre a forma que irão fazer, e a escolha das cores que irão pintar aquele objeto. Créditos: Arquivo Pessoal

O aprendizado e o impacto é duplo. Ou seja, não são apenas dos alunos das escolas e do instituto que são beneficiados e tocados com as atividades, mas também os bolsistas . “A gente percebe que além tentarmos sensibilizar os alunos, nós também estamos sendo sensibilizados. Porque a gente entra no IFPR e pensa: Nossa olha que legal aquilo, foi a gente que ajudou a fazer. E isso é o nosso sentimento de pertencimento que foi construído ao longo desse tempo do programa”, fala Simione.

“Eu sou professora de história há mais de 10 anos, e quando voltei para a Pedagogia comecei a trabalhar como bolsista. Quando retornei para a escola em que dava aula, voltei com outro olhar. Porque muda a sua percepção como professor. Você começa a entender a importância do ambiente no desenvolvimento do seu papel como docente. Então, eu acho importante olhar para o ambiente e ver que ele pode ser um espaço educador em todas as partes e em todos os momentos. E essa percepção eu só fui ter com o projeto do Pibid”, relata Camila Arantes da Silva, estudante de pedagogia.

As oficinas são atividades práticas e complementares às aulas que os docentes bolsistas realizam na instituição. Os bolsistas treinam as aulas orientados por um coordenador. No IFPR, quem acompanhou o processo foi o professor Valter Roberto Schaffrath. “Verr de perto os futuros colegas docentes é sempre motivante. São jovens, com muitas dúvidas e incertezas, mas motivados a aplicar seus conhecimentos universitários. Via de regra as aulas ministradas por eles têm sido muito boas, com muita aceitação pelos meus estudantes”, afirma Schaffrath.

Experiência e novas perspectivas é o que o programa trouxe a também estudante de biologia, Alexia Furno Diniz. “Quando comecei como bolsista no Pibid não tinha muita ideia do que era uma docência, e muito menos como que era fazer um projeto que incluía o tema de ambientação. Então, quando entrei para o Pibid, acreditava que era mais tradicional à docência, que era ministrar aula, corrigir avaliações. E no programa eu tive todas essas informações sobre eco tecnologias que eu nunca nem tinha pensado. Então, abriu uma porta nova de possibilidades, tanto que no futuro se eu me tornar uma professora, eu não me vejo tendo apenas uma aula expositiva”, fala Diniz.

O programa é uma via de mão dupla, onde os bolsistas ganham capacitação para a docência e a escola que os recebe adquire um novo olhar sobre a prática docente, como o professor Schaffrath explica. “Além do projeto de ambientalização escolar, tem também o objetivo de intervir nos espaços escolares de forma a tornar o ambiente mais harmônico e confortável para a comunidade escolar. Neste sentido, o IFPR é privilegiado por receber cinco equipes diferentes de bolsistas Pibid”. Outro ponto que o professor destaca, é a evolução no comportamento destes estudantes ao longo do projeto. “Enquanto no início eles (bolsistas) são mais inseguros e tímidos, aos poucos eles vão adquirindo segurança e tranquilidade para ministrar aulas com muita qualidade”, completa Schaffrath.

Algumas das oficinas que os bolsistas do Pibid já realizaram na instituição da IFPR foram: Oficinas com plantas (incluindo uma horta vertical), oficina de marcenaria com pallets que foram transformados em bancos. Vasos de plantas feitas com garrafas pet, entre outras atividades.

Algumas das oficinas realizadas pelos bolsistas do Pibid no IFPR. Créditos: Arquivo pessoal

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