Moda (in)sustentável? Indústria têxtil é a segunda mais poluidora do mundo
- Kauã de Freitas
- há 22 horas
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A Global Fashion Agenda revelou que em 2023, 35% dos microplásticos presentes no oceano vinham da indústria têxtil. Moda sustentável e consumo consciente podem minimizar danos ao planeta.
Autor(a): Isabella Cami Villalba

A degradação ambiental acarretada pela poluição do solo, água e o aquecimento global, está gerando mudanças climáticas cada vez mais perceptíveis e alarmantes, como enchentes, ondas de calor, escassez de alimentos. Existem muitos setores poluentes no mundo, mas um dos mais prejudiciais é o da moda, a indústria têxtil. De acordo com a Global Fashion Agenda, uma organização que promove os impactos de uma moda sustentável, revelou que em 2023, um total de 35% dos microplásticos presentes no oceano eram relacionados a microfibras mal descartadas. Em 2018, foi responsável por 4% da emissão mundial de carbono, gás contribuinte ao aquecimento global. A organização aponta também sobre más condições de trabalho e descarte indevido de roupas.

(Por: Imagens do site)
A sustentabilidade e o consumo consciente são alternativas que ajudam a minimizar os danos ao planeta, pois lutam contra os ideais de Fast Fashion, uma “moda rápida”, promovida pela indústria que confecciona muitas peças em pouco tempo, que logo serão substituídas por novas, desperdiçando materiais e peças em bom estado. Manuela Costa, 24, engenheira química, afirma que são utilizados muitos solventes químicos e produtos tóxicos durante todo processo de fabricação. “O primeiro impacto ambiental que tem que ser comentado é a poluição na água. São usados muitos corantes sintéticos produzidos a partir do petróleo e do carvão”. E explica que esses químicos quando descartados inadequadamente, podem resultar na morte de seres marinhos.
Confira abaixo a entrevista completa com Manuela Costa, no Youtube:
Uma alternativa de Slow Fashion, uma “moda lenta”, que é o oposto do conceito da indústria e que está ligada ao consumo consciente, são os brechós. Principalmente nas redes sociais, entre os jovens, vem crescendo cada vez mais o interesse. Muitos vídeos com essa temática, são publicados diariamente. Além de evitar o consumo excessivo incentivado pela moda, garante peças “únicas” e diferenciadas que são sustentáveis ao meio ambiente. Monique Ruivo, 22, frequenta brechós desde pequena, sempre foi um hábito familiar visitar essas lojas e bazares em igrejas. A jovem relata que sente que em algum momento seremos “engolidos” por tudo aquilo que produzimos. “Comprar em lojas que prezam pela sustentabilidade, você não vai estar só cuidando do seu ‘look do dia’, mas sim do seu ‘look’.

Gabrielle Antunes, 23, tem um brechó e relata que sua mãe fundou a loja e sempre esteve familiarizada com esse processo. “É uma coisa que veio de família e eu amo moda, garimpar e tudo por trás disso”. A jovem sempre usou peças de brechós e via seus benefícios, incluindo a sustentabilidade. “São milhares de peças descartadas todo ano e as pessoas agem por impulso, compram porque tem muitas tendências acontecendo ao mesmo tempo”. Gabrielle pensa que a indústria da moda cria cada vez mais “tendências” menos duráveis e o meio digital influencia muito isso. “Vale muito a pena pensar na questão ambiental, mas também na durabilidade das peças, ao invés de comprar algo que não vai durar apenas para seguir tendências”. Também afirma que possui peças de “fast fashion” que duraram até 3 anos, enquanto existem peças “vintage” de brechós que existem há quase 30 anos em bom estado.
Doações, reutilização ou customização, são exemplos de utilização de peças que não são mais de seu interesse. Também existem locais de descarte, busque saber sobre bancos de tecidos em sua cidade, para que as peças tenham o destino correto.
para 50 anos.” Monique também citou o fator custo-benefício. “Consigo encontrar roupas com numeração acima de 50 sem ter que pagar um absurdo.”
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