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  • Por Arthur Neves

B-boys da fé: igreja cede espaço para prática de dança de rua

B-boys da fé usam a dança como ferramenta de transformação social.

Jovem do projeto b-boy praticando break dance (Crédito: Arthur Neves)

A dança tem a capacidade de proporcionar lazer e qualidade de vida. Além dessas qualidades, também tem o poder de influenciar na realidade social de pessoas. É o caso do projeto b-boys da fé, em Almirante Tamandaré, onde a Primeira Igreja Batista de Almirante Tamandaré (PIBAT) abre suas portas e cede seu espaço para que moradores da região possam praticar o break dance (estilo de dança de rua da cultura do hip-hop).

Muitas pessoas têm preconceito com esse estilo de dança. Segundo o site efdeportes: “Street dance é um rótulo que os americanos criaram para identificar os estilos de dança que surgiram nos guetos e centros urbanos. Muitos pensam que o street dance é um estilo de dança, mas na verdade é apenas um termo que engloba vários estilos”. Não existe certo ou errado, cada um pode desenvolver o seu estilo e fazer a sua dança dentro da sua autenticidade.

Assista aqui um pouco da dança praticada no ambiente da igreja:

Jonas Rodrigues foi quem iniciou o projeto b-boys da fé. Segundo ele, a ideia do projeto é alcançar jovens da comunidade e transmitir uma cultura de paz, tentando mudar a vida de muitos garotos que estão não se sentem incluídos na sociedade, fazer com que eles possam compreender que uma vida sem drogas vai valer a pena.

O projeto começou há quatro anos e Jonas afirma que tem visto jovens saírem das drogas, criando consciência sobre o assunto e também ajudando outros jovens.

Grupo reunido após o treinamento (Crédito: Arthur Neves)

O espaço é aberto não só para quem já dança, mas também para quem quer aprender, sendo democrático e amigável. Os praticantes vão ensinando uns aos outros sem remuneração ou algum tipo de recompensa.

Durante a aula os alunos aprendem novos movimentos uns com os outros. (Crédito: Arthur Neves)

Com o crescimento do projeto, jovens de outros bairros estão sendo atingidos. Eles frequentam o lugar pelo aconchego e liberdade de poder praticar e aprender sem serem julgados. É o caso de Sabrina Marques, que conheceu um dos b-boys no ônibus e, em um bate papo, descobriu o projeto. A partir daí, visitou o lugar e está desenvolvendo sua dança.

A dança para os B-boys

Esse passo é denominado Freeze (Crédito: Arthur Neves)

Para quem nasce numa comunidade onde a grande maioria é pobre, a arte se torna elitista. Não se tem acesso a uma aula de instrumento, não se tem acesso a uma aula de balé ou de tango, todo acesso que se tem é ao street dance. Onde não existe uma técnica exata, simplesmente se dança, além de ser uma ótima forma de socializar dentro do bairro.

A dança tem o poder de disciplinar e, mais que isso, fazer as pessoas sentirem, gerar emoções. Fernando Cristo, um dos jovens que utiliza o espaço do b-boys da fé para a prática do break, afirma que “cada um tem seu brilho; muitas vezes, por problemas em casa ou até mesmo consigo, a pessoa não consegue se expressar, mas tudo o que ela precisa é de alguém que seja luz e que incentive essa pessoa a brilhar”.

A EntreVerbos conversou com alguns jovens que utilizam o espaço para praticar a dança. Confira os depoimentos nos vídeos:

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