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  • Patrícia Fernandes

29 de abril: lembranças do massacre


"Professores expõem a visão sobre ser confundidos com black bloc". (Crédito: Joka Madruga/APP-Sindicato)

O repórter Luiz Carlos de Jesus afirma que o local ainda traz muita tristeza e sofrimento para ele. Ele conta que, depois de algum tempo, voltou à Assembleia Legislativa do Paraná (ALEP) para fazer entrevista com um deputado e sua entrada foi barrada, pois os funcionários afirmaram que ele foi o rapaz que causou tumulto no dia 29 de abril de 2015.

Relembrando momentos vivenciados naquele dia 29, Jesus não se queixa de ter sentido dores na hora da mordida. Segundo ele, o seu organismo reagiu de forma que ele não sentisse dor na hora. O repórter acha que isso aconteceu devido ao momento de muito estresse para todas as pessoas que estavam lá.

Ele disse que, no instante da mordida, nenhum policial prestou socorro, sendo seus amigos jornalistas aqueles que o ajudaram a sair daquela situação. Jesus contou que um policial viu ele sentado, minutos depois da mordida, e simplesmente queria que ele se afastasse do local.

Entramos em contato com o Sindicato dos Professores no Estado do Paraná (SINPROPAR), mas não tivemos resposta dos mesmos, referente ao acontecimento do dia 29 de abril. O deputado Fernando Francischini também foi procurado pela nossa reportagem, mas não quis se manifestar.

Visão sociológica sobre o confronto

"Um ano após o confronto, manifestantes e outras pessoas que apoiam o movimento reúnem-se em protesto na Praça da Salete". (Crédito: Joka Madruga/APP-Sindicato)

A socióloga Regina Reinert, em análise sobre o caso, apontou a exclusão social, que reflete na baixa escolaridade dos filhos dos trabalhadores, inseridos na escola pública. Na sua opinião, o gasto com a escola pública é muito pouco e isto impede que o Brasil saia dessa brutal desigualdade, principalmente na aquisição do conhecimento, que é um direito muito longe de ser respeitado.

Segundo Regina, embora os profissionais sofram humilhações públicas, eles ainda encontram forças para continuar ensinando, mesmo com a precariedade, com escolas danificadas e com falta de merenda. Para ela, isto é resultado do descaso, incompetência e corrupção da atual gestão.

Também fizemos contato com a assessoria do governador do Paraná, mas, por motivos que não foram evidenciados, o atual governador do estado não relatou o seu ponto de vista sobre o dia 29 de abril.

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