top of page
  • Aliana Machado

Múmias são atrações no Museu Egípcio Rosacruz

Acervo conta com a única múmia egípcia original do sul do Brasil e com réplicas de artefatos

As esfinges, que formam uma Alameda no bosque Rosacruz, eram usadas no Antigo Egito como demonstração de poder. (Crédito: Kevin Capobianco)

Tothmea chegou em Curitiba, mumificada, em abril de 1995 e, desde então, se tornou uma das principais atrações do Museu Egípcio Rosacruz. Ela tem aproximadamente 2.600 anos, morreu com aproximadamente 30 anos e acredita-se que ela tivesse em vida 1,6 metros de altura quando viva. De acordo com a supervisora cultural da Ordem Rosacruz, conhecida pela sigla AMORC (instituição mantenedora do Museu), Vivian Tedardi, Tothmea ficou exposta em um museu nos EUA até 1919.

Após seu fechamento, a múmia ficou armazenadas em um celeiro e, nessa época, chegou a ser visitada por várias pessoas, inclusive crianças que brincavam com ela. “Possivelmente, foi nesse período que ela ficou mal guardada. Deixaram cair um objeto sobre o rosto dela, quebrando os ossos da face” conta Vivian. Ouça aqui a supervisora explicando outras consequências da má conservação de Tothmea.

Vivian Tedardi é supervisora cultural da Ordem Rosacruz, instituição mantenedora do Museu. (Crédito: Kevin Capobianco)

Segundo Vivian Tedardi, a única informação que se tem dela é que ela teria servido à deusa Isis. "Na época em que ela viveu, as mulheres não atuavam como sacerdotisas, mas eram cantoras ou musicistas. Então, a gente acredita que ela atuou em algum templo da deusa, em alguma dessas duas funções”. Vivian ainda disse que essa informação, sobre sua atividade em vida, veio de uma inscrição no ataúde dela. A supervisora afirma que sabe-se muito pouco sobre a vida da múmia. “Tothmea não é seu nome original. Infelizmente, não temos como saber essa informação”, afirmou. Ela foi titulada com esse nome nos EUA, em 1888, homenageando os faraós Tothmés, que governaram o Egito durante os anos 1504 e 1425 a.C., período da 18ª Dinastia Egípcia.

A outra múmia presente no museu é a Whanra, que significa criança em quíchua, a língua dos incas. Desde 2007 ela está exposta no local e, de acordo com Vivian, chegou no Brasil em 1986, provavelmente vinda da região dos Andes.

Ela é uma múmia de uma criança de mais ou menos dois anos de idade. Diferente da Tothmea, é uma múmia natural, ou seja, o local onde ela foi enterrada é que preservou seu corpo. "Dá até para ver na pele as marcas do próprio tecido que ela foi enterrada", explica a supervisora.

Ao lado do Museu, localiza-se o Bosque Rosacruz, onde fica a Alameda das Esfinges, representando a avenida das esfinges que ligava o templo de Karnak ao templo de Luxor, no Egito. Ao todo, são 26 estátuas. Outra escultura que chama atenção, é o obelisco, uma réplica da famosa peça egípcia de 2433 a.C. O jardim também é composto pela estátua de César Augusto, um presente do Imperator Emérito da AMORC, Ralph Maxwell Lewis, que viveu de 1904 a 1987.

Câmara mortuária, no Museu Rosacruz. (Crédito: Kevin Capobianco)

A história do Museu

O Museu Egípcio Rosacruz foi fundado no dia 17 de outubro de 1990. Sua logomarca, que permanece até hoje, contém o nome do museu e a silhueta de um dos deuses do Egito Antigo, Anúbis - que sempre foi muito cultuado e considerado uma divindade de extremo valor para essa cultura.

O Museu tem propósito de ser um espaço cultural e educativo e, principalmente, de não deixar que a memória do Antigo Egito se perca, por meio de peças e acervos que contam as histórias dos faraós, do cotidiano da civilização e da religião. Além de receber o público em geral, o museu disponibiliza às escolas atividades educativas nas exposições, por meio de vídeos.

A professora Alana Nilcheski, que ministra a disciplina de História da Arte, no curso de Publicidade e Propaganda, organizou uma visita dos estudantes ao Museu Egípcio Rosacruz. Ela contou que recebeu um feedback muito positivo de seus alunos. “A Lei da Frontalidade foi um dos aspectos que os estudantes mais compararam com aquilo visto em sala de aula”, contou a professora. Ouça aqui como foi a estratégia de Alana para sua disciplina.

“Essa é uma das importâncias fundamentais do museu, pois Curitiba é uma das poucas cidades em que é possível ter esse contato com a história do Antigo Egito. Sendo assim, é fácil ter uma abordagem mais didática desse conteúdo relacionado à História. Não teríamos outra oportunidade de ver uma múmia”. Alana ainda explica porque é importante as pessoas começarem a se interessar pela arte, ouça aqui.

Rosilda Gemin, pensionista, 70 anos, é frequentadora do museu. Ela já tinha visto informações pelo jornal quando se mudou, por acaso, para a região próxima ao museu. Sempre que pode, ela leva sua família até lá. “Tudo me chama a atenção no museu, a beleza é algo impressionante, a cultura também. Muita coisa importante está aqui e precisa ser vista por todos” finalizou.

Rosilda Gemin, 70, é visitante assídua do Museu. (Crédito: Kevin Capobianco)

Segundo Vivian Tedardi, o museu recebe aproximadamente 800 a 850 visitantes por semana, sem contar as visitas escolares que são 320 crianças por semana. Quando tem feriado esse número é maior. “A próxima exposição será inaugurada em outubro e peças serão expostas pela primeira vez como uma réplica de uma múmia de um sacerdote, uma porta da entrada de uma tumba e imagens de deuses” disse Vivian.

Réplicas do acervo

Ao todo são 750 objetos, dentre os expostos e dos guardados na reserva técnica. A exposição muda a cada dois anos, desse modo, sempre conta com peças diferentes para serem apreciadas. Todos eles estão conectados a aspectos de religião e política do Antigo Egito.

De todos os objetos, os únicos que não são réplicas fieis, e estão entre as peças de maior importância, são as duas múmias originais. Ouça aqui a razão de não ter artefatos originais do Egito no Museu. No Brasil, o lugar onde concentram-se as réplicas são no Museu Nacional do Rio de Janeiro e no Museu de Antropologia e Arqueologia da USP.

Em Ponta Grossa (PR), o professor e Doutor Moacir Elei Santos, tem um museu de réplicas em sua própria casa, um de seus artefatos principais é uma máscara funerária original. A maioria dos acervos originais do Antigo Egito estão nos museus dos Estados Unidos e nos grandes museus europeus. Eles têm grandes coleções por causa das várias missões que fizeram.

Confira alguns dos belos artefatos que o Museu abriga:

bottom of page