O cenário social criado com a quarentena é uma nova realidade a qual a população precisa se adaptar. Da noite para o dia a vida parou, e não temos previsão de quando as coisas voltarão à normalidade. Em meio ao isolamento, a tecnologia tem ajudado as pessoas a se adequarem a uma nova rotina. Aulas nas faculdades, reuniões online com cada participante em sua casa, e até missas são mediadas pela tecnologia. E a vida segue.
No campo da cultura, a lives surgiram como forma de atingir de forma massiva o público e se tornaram a moda do momento. Geralmente são apresentações sem limite de tempo e aberta para todos que tenham acesso à mídia social a qual a live será transmitida. Artistas e empresas viram nesta opção uma forma de continuar próximo do seu público e fornecer conteúdos de conhecimento e entretenimento.
Wagner Jovanaci é comediante e criador da personagem Wagnah Jones. Atuou por dez anos em uma rádio local de Curitiba e atualmente ele trabalha fazendo algumas apresentações por live, onde ele usa da comédia para interagir com seu público e falar de assuntos diversos. Para Wagner se apresentar por uma rede social e se apresentar em um teatro são sensações completamente diferentes. “Quando é um espetáculo teatral eles foram ali para te ver. E quando você faz uma live a preocupação é de agradar ao máximo aquelas pessoas que estão ali”.
Wagner Jovanaci e sua personagem Wagnah Jones. crédito: arquivo pessoal
Para a psicóloga Andresa Zahn, as lives dão vazão à necessidade do humano de convívio social. “A gente precisa se relacionar para regular nossas emoções, para sentir-se bem, além da necessidade fisiológica, porque quando o cérebro não compartilha ele tende a deprimir”. Neste cenário ocupar a cabeça e buscar novas atividades se torna fundamental num momento de reclusão social.
A música também tem sido uma alternativa de entretenimento em tempos de quarentena. Usando a tecnologia a cantora Luzianna, vocalista de banda Boogie Night, respeitando o distanciamento, ela utiliza o Facebook para se conectar com seu público e cantar suas músicas. “São flashbacks dos anos 70 aos anos 90. Aqueles momentos de passinhos, de clássicos que as pessoas tem a sensação de nostalgia, de lembrar” conta Luzianna. Para ela, a apresentação por live, apesar de ser um bom recurso e alcançar um grande público, não supera a emoção de estar em um palco. Assista:
Como um produto cultural de linguagem universal, a música encontra neste espaço de isolamento um momento propício para criar laços entre as pessoas e desempenhar o papel de entretenimento, é o que aponta a psicóloga Andressa Zahn. “De forma geral a música, que é um estimulo bom para as pessoas, pode mover lembranças e boas sensações, alterando o estado das pessoas, saindo de um momento mais deprimido para uma condição mais relaxada”. Com isso, muitos cantores têm realizado shows pela internet, uma ação que busca levar entretenimento gratuito para milhões de internautas.
Outras atividades na quarentena
Permanecer em casa sem previsão de quando tudo voltará ao normal tem sido um desafio, por isso, ocupar a cabeça com a leitura é uma ótima solução. Encontrar uma biblioteca aberta ou ainda uma livraria em funcionamento para comprar livros é um desafio. Por isso, empresas têm fornecido o dowload de ebooks sem nenhum custo. Leitura gratuita para aqueles que gostam de viajar pelas páginas De um bom livro. Entre os títulos estão livros de autores brasileiros como Mário de Andrade, Machado de Assis e José de Alencar. Mas na lista também tem opções internacionais, HQs, Mangás e Comics.