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A luta além do ringue: Desafios dos atletas de Muay Thai em Rio Preto

  • Foto do escritor: Kauã de Freitas
    Kauã de Freitas
  • há 1 dia
  • 3 min de leitura

Atletas locais enfrentam dificuldades financeiras e falta de apoio para manter a carreira esportiva.


Por Juliana Marquezi

Natural de São José do Rio Preto, o atleta Lucas Nóbrega já disputou na cidade do México o cinturão da WBC, um dos principais e mais cobiçados títulos internacionais de Muay Thai. Créditos: Divulgação WBC.
Natural de São José do Rio Preto, o atleta Lucas Nóbrega já disputou na cidade do México o cinturão da WBC, um dos principais e mais cobiçados títulos internacionais de Muay Thai. Créditos: Divulgação WBC.

O cotidiano de um atleta já é, por si só, desafiador. A preparação física e a rotina intensa de treinos são exaustivas. Porém, para os atletas de São José do Rio Preto, o maior obstáculo muitas vezes está fora do ringue. A falta de patrocínio, a baixa visibilidade e a necessidade de trabalhar em outras áreas para garantir o sustento tornam-se barreiras diárias para quem sonha em viver do esporte.


Lucas Nóbrega, atleta de Muay Thai há mais de dez anos, com títulos e experiência internacional, relata que um dos maiores desafios de sua carreira é se manter competitivo diante da falta de reconhecimento dos órgãos públicos.



Ele também critica a falta de incentivo e aponta que o apoio da prefeitura é restrito a poucos esportes, desmotivando atletas independentes. Dados do portal Serasa mostram que 74% dos esportistas brasileiros não possuem apoio financeiro suficiente para seguir na carreira. Além disso, apenas 10% dos brasileiros que desejam se tornar atletas conseguem uma oportunidade, e somente 20% permanecem na profissão.


Jornada dupla

Além dos treinos diários, Lucas divide seu tempo com atividades paralelas. Ele atua como cozinheiro, produzindo confeitaria sazonal para complementar a renda, além de realizar serviços como entregador e outros trabalhos.


Essa realidade não é exclusiva de Lucas. Muitos atletas da academia enfrentam a mesma dificuldade, tendo que abrir mão do sonho de viver exclusivamente do esporte para garantir o básico.


O incentivo

Diego “Zina” Lima, treinador de Lucas e dono da academia Tribo de Judá Muay Thai, relata a busca constante por patrocínios. Segundo ele, o apoio nem sempre é financeiro; visibilidade e divulgação também fazem diferença para quem tenta construir uma carreira esportiva.



Diego explica que a maior dificuldade atual é o custo com viagens para competir fora do estado. Em muitos casos, a prefeitura arca com apenas um terço das despesas, valor insuficiente para cobrir todos os custos.


Além dos auxílios municipais, atletas de alto rendimento podem tentar o Bolsa Atleta, programa federal que oferece apoio financeiro. Porém, o acesso ao benefício é limitado. Exige-se comprovação de resultados expressivos, envio de documentos e espera por editais, que não têm frequência regular. Mesmo quando concedido, o valor mensal não cobre todas as despesas de uma preparação completa, como passagens, alimentação e inscrições.


A luta vive

Apesar das limitações, alguns atletas rompem barreiras com o apoio de patrocinadores externos. Foi o caso de Lucas, que, com ajuda privada, disputou uma luta internacional. Embora não tenha conquistado o título, a experiência ampliou seus contatos e colocou São José do Rio Preto no mapa internacional do Muay Thai.


Lucas e Diego em um evento de graduação de Muay Thai para uma turma de adolescentes. Foto: Juliana Marquezi
Lucas e Diego em um evento de graduação de Muay Thai para uma turma de adolescentes. Foto: Juliana Marquezi

Oportunidades como essa, porém, ainda são exceção. Segundo a Confederação Brasileira de Muay Thai (CBMT), poucos atletas brasileiros participam de eventos internacionais devido aos altos custos, que frequentemente superam R$ 10 mil. Por isso, o apoio privado continua sendo fundamental para quem busca competir no mais alto nível.


Enquanto o financiamento esportivo segue limitado, a busca por apoio, seja de empresas ou de campanhas online, permanece como o principal caminho para que atletas da cidade possam representar o país mundo afora, acumulando experiências que fortalecem o esporte local e inspiram novas gerações.

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