LEITORES DO AMANHÃ: como a escola planta a semente do hábito de ler nas crianças
- Kauã de Freitas
- há 48 minutos
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Do papel à tela, educadores transformam as salas de aula em canteiros férteis para o florescimento do hábito de ler, moldando a próxima geração de amantes dos livros.
Autora: Cinthya Nunes Vieira da Silva

Créditos: Cinthya Nunes
A leitura é a chave para a compreensão do mundo e o desenvolvimento do pensamento crítico, habilidades cruciais para a formação de cidadãos conscientes e atuantes. O prazer pela leitura, porém, é um hábito a ser cultivado desde tenra idade. A escola é um dos lugares mais propícios à formação de leitores, já que o contato precoce com livros, inicialmente com os contos de fadas, rimas e ilustrações coloridas, favorece a criação de um vínculo afetivo com o universo literário.
Essa imersão inicial não apenas estimula a imaginação, mas também familiariza o cérebro com as estruturas da linguagem, facilitando o aprendizado da escrita e da fala. É nesse ambiente lúdico e acolhedor que se constrói a base para que a leitura se torne um hábito prazeroso, e não uma obrigação. A escola, nesse contexto, assume um papel central, mesmo diante de dificuldades pelas quais passa a educação pública no Brasil.
De acordo com a Diretora da Escola Pública “Therezinha Volpato Baro”, situada em uma região carente da cidade de Taboão da Serra-SP, Camila Previatti, “quando o professor e a escola estão empenhados em trazer o encantamento da leitura para seus alunos, a falta de recursos não chega a ser um empecilho”.

Créditos: Cinthya Nunes
A união de esforços do corpo docente e da direção, unidas à criatividade, impactam positivamente. Assim, projetos de incentivo à leitura, como rodas de leitura e encontro com autores, são ferramentas poderosas que a escola pode e deve oferecer. A diversidade de gêneros e temas apresentados em sala de aula também é crucial para despertar diferentes interesses e respeitar as individualidades de cada estudante e incentivá-los. Segundo dados da Câmara Brasileira do Livro, a faixa etária que mais lê no Brasil é aquela compreendida entre 11 e 13 anos, hábito que vai perdendo fôlego com o passar dos anos.
O papel dos professores
Os educadores têm o poder de transformar a experiência da leitura, de forma que ela se perpetue como hábito e uma vida. Ao ler em voz alta, discutir obras, propor atividades criativas e, principalmente, ao se apresentar como um leitor entusiasta, o professor inspira seus alunos a explorarem novos horizontes literários. De acordo com a professora Selma Lima, “além de oferecer livros de boa qualidade e variedades de gêneros, deixamos que a criança escolha a que melhor lhe agrade, que traga seus próprios livros de casa e os apresente para os colegas, aguçando a curiosidade das demais crianças.”
"A escola,é o lugar onde a criança descobre que ler é mais do que decodificar palavras, é um portal para a imaginação"
A escritora de livros infantis, Zinna Paiva, defende a importância da leitura na infância: “Acredito que a criança que lê pode sim se tornar um adulto leitor. E o melhor tipo de leitor, aquele que lê além das palavras escritas, aquele que lê o mundo.”
O hábito da leitura expande vocabulários, aprimora a escrita e a oratória, e fortalece a capacidade de interpretação, formando indivíduos que conseguem navegar em um mundo complexo e em constante transformação.
Em suma, a leitura é a pedra angular para a formação de cidadãos completos e para o avanço de uma educação que realmente faça a diferença e ela pode e deve começar na escola, com os pequenos leitores.