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  • Por Letícia Carstenzen Milistet

É errado “bisbilhotar” a vida do outro nas redes sociais?

O fácil acesso às informações pessoais pode se tornar um problema nas redes sociais

Stalkear nas redes sociais se tornou uma atividade diária para alguns usuários.

(Créditos: Letícia Carstenzen Milistet)

Com a chegada das redes sociais, a privacidade se tornou algo difícil de se ter, já que todas as informações postadas nas redes geralmente são disponibilizadas para todos. Portanto, é necessário ter bastante precaução com os conteúdos que serão compartilhados.

É muito comum hoje em dia pessoas usarem as redes sociais como forma de pesquisa sobre alguém e não podemos negar que de certa forma essas redes aproximam pessoas distantes, coisa que antes era mais difícil de ser feita. Por exemplo, os parentes que moram longe, o colega de escola que perdeu o contato, o amigo de infância que morava na mesma rua e por aí vai.

Existe também o fato de que essas redes são usadas como ferramenta de perseguição, mas conhecida pelos usuários da internet como “stalkear”. A expressão stalkear é definida como uma perseguição virtual, ou seja, uma obsessão, tentando inibir alguém, seja através de mensagens ou qualquer outra forma de contato através das redes sociais.

Esse tipo de perseguição virtual atinge tanto as pessoas anônimas quantos famosos. Recentemente um caso bastante comentado foi o da apresentadora Ana Hickmann, que, após viajar para Belo Horizonte para participar de um evento a trabalho, foi surpreendida por um homem que se dizia fã.

Ana Hickmann e seus colegas sofreram ameaças com uma arma e infelizmente o autor dessas ameaças acabou morrendo. A motivação para esse ato foi a obsessão que o mesmo tinha pela apresentadora, chegando a acreditar que os dois possuíam um relacionamento amoroso.

Chegamos a questionar então, até que ponto uma perseguição virtual é saudável? É possível seguir alguém online sem atingir de forma negativa essa pessoa? Toda forma de stalke é prejudicial? Essas questões estão sendo cada vez mais discutidas na sociedade e já é possível encontrar filmes retratando esse assunto. Um deles se chama “Perseguição virtual” lançado em 2014.

Resumidamente o filme conta a história de Nick, um cara obcecado pela atriz Jill. Ele participa e ganha um concurso para jantar com a atriz, porém ela se recusa a ir ao jantar. Decepcionado Nick pede ajuda a um hacker para se vingar da atriz, porém as coisas saem do controle e ele precisa inverter essa situação. O filme é bastante dramático e assustador e claro usa um pouco dos elementos dos filmes de Hollywood, porém foca bastante na questão da obsessão online.

Cenas do filme "Perseguição Virtual". (Crédito: Reprodução)

Será que todas as pessoas enxergam essa prática como uma invasão?

"Acredito que se colocamos essas informações, de certa forma queremos que sejam vistas, nunca pensamos que algo negativo em relação a isso vai acontecer conosco, entretanto, perdemos nossa privacidade sem nos dar conta." Afirma Thiago de Camargo, um usuário assíduo das redes.

Já a psicóloga Fernanda de Camargo acredita que tudo que é utilizado em excesso pode fazer mal. E com a internet não seria diferente. "Hoje já existem muitos casos de pessoas viciadas em redes sociais, que chegam ao ponto de não sair de casa para não ficar sem acesso a internet. Estes são casos extremos."

Ela ainda alerta que essa prática pode afetar outros fatores como sono, alimentação e convívio social. "Por isso o cuidado ao adentrar nesse mundo tecnológico, é tudo muito fácil de se acessar, logo ficamos conectados 24 horas por dia, o que prejudica a vida social e a saúde"

Mas porque as pessoas usam as redes sociais?

Um estudo lançado em 2014 pela Global Web Index com usuários das redes sociais entre 16 a 64 anos mostrou quais os motivos que fazem com que as pessoas usem as redes sociais. Entre as mais citadas está “se manter conectado com o que os amigos estão fazendo” e “manter- se atualizado com os eventos e notícias”.

A pesquisa concluiu através das respostas dos usuários, que as pessoas usam as redes sociais como fonte de notícia e que muitos preferem as redes como ferramenta de conteúdo geral e não apenas para compartilhamento da vida pessoa. Veja abaixo os resultados da pesquisa:

(Crédito: Letícia Carstenzen Milistet)

A psicóloga Fernanda afirma que bisbilhotar a vida do outra na internet pode estar relacionada a outros conceitos psicológicos. "É preciso saber como o outro vive, para lidar com nossas frustrações. Se o outro vive mal, fica-se feliz pois está levando uma vida boa, diferente dele. Se o outro vive bem e feliz, vem a frustração do porque ele consegue e eu não.

Porém, apesar das redes sociais serem algo presente na vida das pessoas, é preciso ter cautela no compartilhamento de informações, pois não sabemos quem está vendo essas informações e quais as verdadeiras intenções. As redes podem ser usadas de forma saudável e responsável. A tecnologia cresce de forma rápida e constante, é necessário saber gerencia-la, assim as redes podem ser usadas de forma saudável e responsável.

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